Já que o mundo não acabou em 2012…

A Civilização Maia era fascinada pelas estrelas. Sem telescópios, sustentavam os estudos em observações a olho nu. Mesmo assim, obtiveram desempenho notável em descrever as posições do Sol, da Lua, de Marte e Vênus.  Obcecados pelo tempo, através de uma observação exaustiva dos astros, eles construíam calendários precisos e previam eventos que ditavam a vida de sua civilização. No entanto, um registro em especial chamou a atenção nos últimos anos. Em um monumento no sítio arqueológico de Tortuguero, no estado de Tabasco, Sudeste do México, uma inscrição do século VII faz referência a uma data: 4 Ajaw 3 K’ank’in, ou, segundo correlações feitas por arqueólogos, 21 de dezembro de 2012. A menção a um dia tão distante da origem do monumento extrapolou o interesse acadêmico. Com a chegada de 2012, ganhou força a ideia de que os Maias, com todo seu conhecimento sobre o tempo, teriam previsto uma catástrofe global nesta data.

Especialistas na cultura asseguram agora que o fim do mundo não está nem próximo. O que se fala é que várias outras placas, recém-descobertas na região, revelam uma história sobre renovação de eras que nada tem a ver com um apocalipse. Para os Maias, o tempo era cíclico, portanto nada mais natural do que acabar um e começar outro. A crença ainda via essa troca de calendário como uma troca de ‘humanidade’ – daí veio a estória de dizer que a nossa ia acabar para outra começar.

Um dia após o fracasso das previsões místicas apocalípticas, começaram novos boatos que um asteroide iria colidir com a Terra no ano de 2040.  Que um asteroide pode colidir com a Terra e acabar com a gente, isso pode mas, a própria NASA já fez vários cálculos e vem divulgando que tal fato é improvável de acontecer. Mesmo assim, algumas pessoas (aquelas, que vira e mexe estão tentando acabar com o mundo) já estão em contagem regressiva para mais um final trágico. Na verdade, o que percebo é que ninguém quer saber SE o mundo vai acabar. A questão é QUANDO.

De acordo com a Nasa, o pequeno asteroide 2011 AG5, que mede 140 metros de diâmetro (70 vezes menor que aquele que matou os dinossauros, há 65 milhões de anos), deve passar a cerca de 890 mil km de distância da Terra, mais que o dobro da que nos separa da Lua, no ano de 2040 (mais precisamente no dia 05 de fevereiro). Ainda segundo a agência, uma eventual colisão liberaria cerca de 100 megatons – energia milhares de vezes maior do que as das bombas atômicas que atingiram o Japão durante a Segunda Guerra Mundial, mas que mesmo se ocorresse não seria capaz de destruir a humanidade.

Li recentemente um artigo publicado na revista Super Interessante com 12 receitas para o fim do mundo, com os finais mais prováveis. Adorei a parte que fala sobre o problema da Terra ser atingida por um asteroide e as consequências do impacto em si onde sobem trilhões de toneladas de poeira na atmosfera, a luz do Sol é bloqueada por meses, as plantas e o gado morrem. Sem pasto, o que o boi vai comer? E, sem o gado, o que será das churrascarias rodízio?

Me lembro de ter passado por esta questão de final dos tempos já algumas vezes. Quem não lembra, nos anos 80,  que o mundo ia acabar porque a Terra ia atravessar a cauda do cometa Halley, e nenhum humano iria resistir aos gases letais que dela fazem parte?  Logo depois, às vésperas do ano 2000,  veio à tona a conhecida frase “Mil passará e dois mil não chegará“.   A chegada do ano 2000 marcava como certo o fim do mundo. Graças ao bom Deus, nada aconteceu. O Sol continuou a brilhar todos os dias e cá estamos nós em 2013.

Fazendo uma referência à questão do copo d’água meio cheio ou meio vazio, a pessoa positiva dirá sempre que está meio cheio, o negativista dirá que meio vazio. Pra mim tá cheio e se bobear, a água está até gelada. Ou seja, nada de final dos tempos. E pra você?