
O Programa Espacial Brasileiro ocupa lugar de destaque no jornal O Globo de hoje, 7 de janeiro de 2013. Entretanto, a notícia destaca aspectos negativos do programa, como os constantes atrasos para o pleno funcionamento do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).
Como pontos negativos, são abordados a ausência de um acordo de salvaguarda tecnológica entre Brasil e EUA; a não inclusão de transferência de tecnologia no tratado assinado entre Brasil e Ucrânia; os impasses para ampliar o CLA por conta das comunidades quilombolas que vivem na vizinhança; e as limitações ucranianas, agravadas pela crise financeira de 2008, para desenvolver novas tecnologias de proteção de voo.
Em contraponto, a matéria aborda apenas um ponto positivo, a posição geográfica do CLA, próximo ao Equador, que permite lançamentos com economia de combustível (propelente) e com maior capacidade de transportar cargas úteis.
Com previsão de executar o primeiro lançamento em 2010, o foguete e o CLA estariam prontos para lançamento em 2014, mas sem que haja qualquer previsão de carga útil a ser transportada. Segundo a matéria, nem mesmo o INPE planeja contratar o lançamento de seus satélites, sejam os da família CBERS ou o da família PMM (Plataforma Multi Missão), como o Amazonia-1, com a empresa binacional ACS (Alcântara Cyclone Space).
O fato é que cada lançamento poderá render ao Brasil 50 milhões de dólares. Cinco lançamentos seriam suficientes para pagar todo o investimento previsto para tornar operacional o CLA. Se além disto, o Brasil realmente conseguir absorver tecnologia estratégica relacionada aos veículos lançadores, o programa de lançamento comercial de satélites se justifica por inteiro.