Objetivos do Milênio: 1. Redução da Pobreza

O primeiro objetivo do milênio consiste na redução da miséria e da fome. E não poderia ser diferente. Essa é a maior vergonha que podemos carregar conosco: miséria e fome num mundo tão avançado tecnologicamente.

As metas relativas a este objetivo são:

1. Reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, a proporção da população com renda inferior a um dólar PPC por dia.

BRASIL: já foi cumprida a meta de reduzir pela metade o número de pessoas vivendo em extrema pobreza até 2015: de 25,6% da população em 1990 para 4,8% em 2008.

MUNDO: a meta de redução da pobreza é um dos mais propensos a ser ultrapassado. Até 2015, segundo estimativas do Banco Mundial, a taxa global de pobreza (renda) é projetada ao redor de 15%, ligeiramente acima dos 14,1% previstos antes da crise financeira mundial. Em 1990 esta taxa era superior a 30%.

2. Reduzir a um quarto, entre 1990 e 2015, a proporção da população com renda inferior a 1 dólar PPC por dia.

BRASIL: esta meta também foi cumprida (25,6% da população em 1990 para 4,8% em 2008). E iremos além até 2015. Infelizmente isto não foi alcançado em todas as regiões e estados brasileiros.

MUNDO: não foi alcançada ainda, nem será alcançada até 2015.

3. Alcançar o emprego pleno e produtivo e o trabalho decente para todos, incluindo mulheres e jovens.

BRASIL: esta meta é utópica (emprego pleno), mas o Brasil está numa posição bastante favorável, inclusive quando comparado com os países desenvolvidos. Vivemos hoje uma das menores taxa de desemprego da história de nosso país (5,8% da população economicamente ativa).

MUNDO: a crise atual está fazendo com que esta meta cada vez esteja mais longe de ser atingida. Em diversos países da Europa as taxas de desemprego estão com viés de alta.

4. Reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, a proporção da população que sofre de fome.

BRASIL: esta meta foi plenamente atingida em 2008, com uma redução de quase 80% na proporção da população que sofre de fome.

MUNDO: infelizmente não alcançou nem alcançará esta meta.

5. Erradicar a fome entre 1990 e 2015.

BRASIL: infelizmente não alcançaremos esta meta, apesar da redução significativa ocorrida em 18 anos. Mas, como o maior produtor de alimentos do mundo, temos a obrigação de buscar essa meta o mais rápido possível.

MUNDO: infelizmente não será alcançada.

O Brasil está muito bem posicionado quanto às metas do primeiro objetivo do milênio, mas volto a insistir ainda há disparidades regionais (sul e sudeste x norte e sul) que devem ser minimizadas. Os programas nacionais voltados para o desenvolvimento das regiões menos favorecidas deveriam impor compromissos e metas. Estas transferências de renda não podem se perpetuar, pois isto tem um custo altíssimo, que é a perenidade das condições degradantes de milhões de brasileiros. O correto seria transferir as metas aqui apresentadas para todos os governos estaduais.

Além disso, nas grandes cidades há também bolsões de miséria e fome, naquilo que Zuenir Ventura chama de “cidade partida”. Vale pro Rio e vale para qualquer grande cidade no Brasil.

Mais uma vez manifesto minha posição em relação à distribuição de royalties, como o referente à exploração e distribuição de petróleo e derivados, que deveria estar atrelada a compromissos e metas assumidos pelos municípios que fazem jus a esta renda. Não é possível avanços tão vagarosos em indicadores sociais para fortunas que são despejadas em muitos destes municípios.

O site www.objetivosdomilenio.org.br/fome apresenta sugestões de ações para cumprirmos o primeiro objetivo do milênio e suas metas.

SUGESTÕES DE AÇÕES:

Procurar informações sobre direitos e deveres dos cidadãos, para divulgá-los na comunidade e fiscalizar os órgãos competentes.

Atuar como capacitador voluntário, promovendo orientação profissional para os pequenos negócios do bairro.

Elaborar e distribuir material orientando sobre o que é uma boa alimentação.

Organizar e promover atividades de educação alimentar, visando o aproveitamento integral dos alimentos.

Aproveitar ao máximo os alimentos, cuidando de sua correta conservação, usando receitas alternativas e promovendo o não desperdício.

Fazer um Mural da Cidadania em escolas e locais públicos. Pesquisar e divulgar ofertas de trabalho, cursos de capacitação profissional e geração de renda e serviços à comunidade (saúde, documentos, previdência, bolsa-família, etc).

Formar um grupo de mães de alunos que ensinem o melhor aproveitamento dos alimentos, para evitar desperdícios.

Monitorar a merenda escolar e comunicar qualquer irregularidade ao Conselho de Alimentação Escolar, ao Ministério Público ou ao Ministério da Educação pelo telefone gratuito 0800 61 6161.

Buscar parcerias que ajudem a enriquecer a alimentação oferecida por escolas e organizações sociais.

Fazer uma horta caseira e incentivar os vizinhos e as escolas do bairro a fazerem o mesmo.

Sensibilizar supermercados, restaurantes e quitandas para o não desperdício, informando-os sobre locais para onde podem ser encaminhados os alimentos excedentes.

Valorizar o desenvolvimento local, comprando e promovendo o uso de produtos do comércio solidário.

E você? Tem alguma sugestão? Envie para nós.