
A coluna Eco Verde de Agostinho Vieira, no jornal O Globo, traz em sua edição de ontem (5jan2012) um dado interessante. A OCDE (Organisation for Economic Co-operation and Development) divulgou uma pesquisa que me mede a relação entre qualidade de vida e trabalho. A Dinamarca, que já apresenta indicadores sociais (IDH de 0,866) e econômicos (PIB per capita de USD 62.097) altos, aparece em primeiro lugar nesse novo ranking.
O ponto que quero destacar é o número de horas trabalhadas por ano. Na Dinamarca, as pessoas trabalham 1.563 horas por ano, contra uma média de 1.739 horas dos outros países. Considerando 8 horas de trabalho por dia, na Dinamarca trabalha-se 195,4 dias por ano e nos demais países 217,4.
Considerando que as pessoas trabalham 11 meses por ano e tiram 1 mês de justas e merecidas férias, podemos dizer que o mês na Dinamarca tem 17,8 dias úteis, enquanto a média seria de 19,8 dias.
Em 2012, observando as cidades do Rio de Janeiro, RJ, e de São José dos Campos, SP, teremos 243 dias úteis, o que dá 20,3 dias úteis por mês, mais do que a média mundial. Assim sendo, um trabalhador brasileiro gastaria 1782 horas na labuta, 43 horas (1 semana) a mais que a média mundial e 219 horas (5,5 semanas) a mais que a Dinamarca.
O importante nisso é que o trabalhador no Brasil trabalhará 162 horas por mês. Entretanto, para compor o custo hora desse trabalhador, os contratantes exigem que você use o valor padrão de 176 horas (22 dias úteis). Isso provoca uma falsa redução do seu custo de 8%, difícil de ser recuperada por meio de manipulações em taxas de lucro, risco e administração.
É preciso aprender com essas pesquisas e trabalhar com valores mais reais.