Imagens de satélite: cara ou barata?

Um ponto que está sempre em discussão é o preço de imagens de satélite de sensoriamento remoto.

Pelo lado dos usuários, em geral, o preço está alto. Vendo pela ótica das operadoras, o preço está baixo. Com quem está a verdade?

A verdade pode estar com ambos os lados. É preciso saber que todos os sistemas de satélites comerciais são subsidiados por governos. Pode ser de forma direta, como no caso do Brasil, da China e da Índia, onde os programas espaciais são levados a termo pelos governos desses países, ou pode ser de forma indireta, com empresas privadas investindo no desenvolvimento de novas tecnologias, mas com os governos garantindo a saúde financeira dessas empresas com compras multi milionárias. Esse é o caso dos satélites da GeoEye e da DigitalGlobe.

Façamos um exercício usando as seguintes premissas:

  • a vida útil de um satélite de alta resolução espacial é de 7 anos;
  • a área anual que demanda imagens de resolução submétrica é de 20 milhões de km2 (1/6 da área continental do planeta);
  • coexistem 4 satélites para suprir essa demanda;
  • o custo de desenvolvimento e lançamento de um satélite submétrico é de 500 milhões de dólares.

Seguindo esse raciocínio, a área média anual a ser coberta por cada satélite é de 5 milhões de km2, ou 35 milhões de km2 ao longo da vida útil de 7 anos. Para cobrir o custo de USD 500 milhões, o km2 de imagem parte do patamar de USD 14,29. Considerando os custos, impostos e lucro da operadora internacional, mais os custos, impostos (incluindo o de remessa para o exterior) e lucro da distribuidora local, verifica-se que os preços praticados nesse mercado são bem racionais.

Por outro lado, considerando que o Governo Americano firma contratos que cobrem todos os custos de desenvolvimento e lançamento do satélite, o preço final das imagens poderia ser menor.
Independente da análise que for feita, qualquer que seja o tipo de imagem, o usuário deve ter sempre em mente a relação custo – benefício. Quanto mais valor ele extrair da imagem, mais vantagem ele terá e mais barata ela será. Assim sendo, alguns usuários podem achar um produto caro, enquanto outros o consideram com um preço bom.

A dica que deixamos aqui é: compartilhe sua imagem com os demais colegas da sua empresa. Maximize seu uso e torne-a barata.

PS: atualmente há 6 satélites comerciais com sensores óticos gerando imagens submétricas em operação (Ikonos, GeoEye-1, QuickBird, WorldView-1, WorldView-2 e EROS-B)