
Ele voltou. O nosso maior evento em geotecnologia voltou esse ano. Repaginado, agora com o nome de MundoGeo#Connect, mas ainda organizado e produzido pela MundoGeo, com o Emerson Zanon Granemann à frente.
A AMS Kepler marcou presença como expositora e patrocinadora. Como novidade esse ano, enviamos convites às empresas incubadas nas universidades para apresentarem seus produtos em nosso estande. Dentre muitas opções, a Caiena, empresa brasileira especializada no desenvolvimento de soluções computacionais, foi escolhida, por mim, para apresentar sua marca e suas propostas na feira. Reservamos um espaço para que a empresa pudesse mostrar seu material institucional e conseguimos, inclusive, espaço no auditório para a empresa dar um recado de meia hora.
Estivemos presente em dois seminários: um sobre imagens de satélites e aéreas e outro sobre tendências do GIS. No primeiro, participamos do debate sobre “Demandas , Soluções e Desafios para Processamento Digital de Imagens”. As demandas são crescentes, pois o número de satélites lançados por ano é cada vez maior. Na sessão anterior, a Dra. Leila Fonseca do INPE apresentou um quadro de satélites que o INPE pretende lançar no período de dez anos que causou espanto pela ousadia. A demanda por sistemas de processamento digital de imagens é crescente.
Os desafios surgem da multiplicidade das ofertas, com sensores de altíssima resolução espacial, sensores hiperespectrais, radar, laser, etc. Os produtores de software têm que estar atentos e antecipar o futuro. Investir em novas tecnologias para melhorar o desempenho dos aplicativos. Processar dezenas e até centenas de bandas espectrais requer soluções diferentes das desenvolvidas para sensores multiespectrais. Investir em funcionalidades e algoritmos voltados para as características dos sensores. Ainda há muito a fazer em relação à detecção automática de mudanças, principalmente no tocante a imagens de alta resolução espacial; à extração de feições em imagens; e à análise multi-temporal. Os sistemas estão evoluindo, mas têm que evoluir numa velocidade pelo menos igual à da evolução dos sensores.
As soluções para melhora do desempenho passam por processamento distribuído; processamento nas nuvens; e processamento em placas gráficas (GPU) e não apenas nas CPU’s. Além disso, soluções para resultados mais precisos passam por modelos matemáticos desenvolvidos para as características espaciais, radiométricas e espectrais das imagens. Não existe um algoritmo que atenda satisfatoriamente todos os tipos de imagem.
No segundo seminário, participamos da sessão “GIS 3D para infraestrutura e utilities”. Nossa abordagem foi subverter as expectativas e introduzir o tempo como a terceira dimensão. A altitude é um nível de informação presente nas bases de dados dos sistemas de informação, assim como tantos outros, referenciado por coordenadas espaciais (X, Y). É importante que todos os níveis de informação estejam também referenciados ao tempo, para permitir análises multitemporais. O GIS 3D (X,Y,Z=H) é importante do ponto de vista de visualização. Mas em termos de estrutura de dados, o GIS 3D é (X,Y,Z=T). Em breve voltarei a esse tema.